Histórico 

A ginástica laboral, enquanto ferramenta que atua no auxílio para melhoria da qualidade de vida do trabalhador, atualmente faz parte da rotina de muitas empresas. Seus primeiros registros datam da década de 1920, na Polônia, como ginástica de pausa. Alguns anos depois estas atividades foram adotadas por indústrias holandesas e russas. Na década de 1960, países como Alemanha, Bélgica, Suécia e Japão, foram responsáveis pela disseminação da modalidade. Foi, ainda, nesta década, que a ginástica laboral compensatória foi adotada como prática para redução do número de acidentes de trabalho, aumento da produtividade e melhoria do bem-estar geral dos trabalhadores japoneses.  

No Brasil, os primeiros registros de prática da ginástica laboral são de 1969, quando uma equipe técnica da Fundação ISHIBRÁS, levou para os estaleiros Ishikawajima do Brasil uma modalidade chamada de ginástica matinal, antes do início da jornada de trabalho, com dez minutos de exercícios para 2.500 trabalhadores, que consistia em métodos suecos e franceses, readaptados posteriormente para o método austríaco, adequado à realidade do ambiente de trabalho, como o objetivo de aprimorar o condicionamento físico dos trabalhadores, aumentando a disposição para as práticas laborais. Ao longo da década de 1970, a ginástica laboral foi adotada por empresas da região sul do Brasil e do estado de São Paulo. 

No Espírito Santo, o SESI foi pioneiro na oferta da ginástica laboral, e seus primeiros registros datam de 1992, nas oficinas de vagões da empresa Vale do Rio Doce, em Cariacica. A partir da segunda metade da década de 1990 e início dos anos 2000, a esta prática se tornou mais comum, com adesão de empresas das diversas regiões do estado. Foi ainda neste período, que a ginástica laboral ganhou espaço e importância nas discussões acadêmicas, do Conselho Regional de Educação Física, passando a fazer parte da grade curricular dos cursos de Educação Física nas faculdades. 

Relação entre a prática do exercício físico e qualidade de vida no trabalho 

É sabido que a prática do exercício físico de forma regular, é considerada fundamental para a manutenção e/ou melhoria das condições de saúde dos indivíduos. Doses diárias de atividades físicas, mesmo que de baixa intensidade, podem contribuir consideravelmente para a saúde de uma forma geral. Nesta perspectiva, a ginástica laboral adotada pelas empresas, pode oferecer um ganho considerável para melhoria da saúde de seus trabalhadores. 

• Alívio das dores e tensões causadas pelas atividades laborais 

A má postura e/ou a postura inadequada durante o trabalho, o excesso de movimentos repetitivos necessários para a execução das atividades laborais, bem como a inatividade de alguns seguimentos corporais por longo período do dia, são fatores que podem causar dores, desconfortos e tensões no decorrer da jornada. A ginástica laboral, composta por exercícios como alongamentos, ativação muscular e articular, contribui para o alívio das dores e tensões causadas pelas atividades laborais do dia a dia. 

• Combate ao sedentarismo 

O sedentarismo é a ausência total da prática de atividades físicas ou a prática delas em período de tempo inferior ao recomendado (150 minutos semanais). A ginástica laboral, apesar de executada em sessões curtas, com duração de 8 a 15 minutos, atua despertando o interesse para a prática de outros tipos de atividades físicas de maior intensidade e duração, contribuindo para o combate ao sedentarismo. 

• Melhoria das relações interpessoais no ambiente de trabalho 

O trabalhador, de uma forma geral, costuma passar em média cerca de 8 horas por dia, 5 dias por semana, executando suas atividades laborais. Muitas destas atividades são realizadas em equipes, o que requer entrosamento e apoio mútuo.  A ginástica laboral, realizada em grupos, atua na melhoria das relações interpessoais entre trabalhadores de um mesmo setor ou área.  

• Aumento da disposição para a realização das tarefas do dia a dia 

A ginástica laboral, se praticada regularmente, aumenta a disposição do trabalhador para a realização das tarefas do dia a dia. Com o trabalhador mais disposto e ativo, a tendência é que haja a redução do número de acidentes e lesões no ambiente de trabalho, interferindo positivamente na produtividade da empresa. 

De uma forma geral, a prática regular da ginástica laboral pode contribuir consideravelmente para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, reduzindo os índices de lesões e acidentes no ambiente de trabalho, aumentando a disposição para a realização das tarefas laborais, melhorando o convívio entre colegas de um mesmo setor ou empresa, agindo no controle no stress, dentre outros aspectos, contribuindo para a redução dos indicadores de absenteísmo e, consequentemente, para o aumento da produtividade da empresa. 

A ginástica laboral é um serviço ofertado pelo SESI-ES, por meio do produto SESI Ginástica na Empresa que, além da ginástica propriamente dita, agrega atividades de cunho socioeducativo, como palestras, dinâmicas, atividades em grupo, etc., compondo um programa que abrange os cinco pilares considerados primordiais para a melhoria das condições de saúde do trabalhador – atividade física, alimentação saudável, controle do stress, comportamento preventivo e relacionamentos saudáveis.  

O SESI-ES disponibiliza, ainda, sessões gratuitas como degustação para empresas que ainda não experimentaram a ginástica laboral. Agende uma visita. Vamos, juntos, contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos nossos trabalhadores. 

*De Vinícius Moreira de Andrade 

Especialista de Promoção da Saúde