Guerra do Vietnã, aquecimento global, recrutamento de crianças em conflitos armados, direitos dos povos unidos das Américas, desarmamento nuclear, violação de Direitos Humanos na República Centro-Africana e combate à corrupção. Esses foram alguns dos temas debatidos por alunos do Sesi-ES neste sábado (08), durante o Sesi Onu 2019. Dos 175 participantes, dez serão selecionados para participar da Mini-Onu na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG).

Vestidos à caráter, os alunos interpretaram diplomatas, delegados, diretores, mesa e voluntários dos diversos países que compõem sete comitês da Organização das Nações Unidas:

  • Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) 1972
  • Organização dos Estados Americano (OEA) 2016
  • Unicef 2018
  • Conferência das Partes na qualidade de Reunião das Partes no Acordo de Paris (CMA) 2018
  • A união do Conselho de Paz e Segurança da União Africana com o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CPSUA – CSNU) 2018
  • The Financial Action Task Force, no português, Grupo de Ação Financeira contra Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo (FATF) 2018
  • Escritório das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento (UNODA) 2020

Para poderem simular um comitê, foram pelo menos três meses de preparação, em um trabalho multidisciplinar, como conta o professor do Sesi Porto de Santana, de Cariacica, Renato Stelzer.

“Eles precisam saber a parte história e geográfica do país que vão representar, os aspectos culturais e políticos desse. Começamos uma preparação na unidade meses antes, para eles se colocarem dentro do contexto do comitê que irão simular”, explica.

Essa é a fase da Mini Onu que acontece em todas as unidades do Sesi-ES. De cada uma, um grupo é selecionado para se reunir na etapa estadual, que aconteceu neste sábado, onde foram avaliados em dois quesitos: Estrutura e Fundamentação Teórica do Documento de Posição Oficial (DPO) e Postura Diplomática.

Para representar a Arábia Saudita no Comitê de Meio Ambiente (CMA 2016), a aluna Yasmin Chaves dos Santos, 16 anos, do Sesi Araçás, precisou estudar fatores como aquecimento global, desenvolvimento sustentável e ações que o país poderia promover para ajudar nas questões climáticas e ambientais mundiais.

“Eu estudei bastante na primeira etapa para estar aqui. Como é a primeira vez que participo, tive que me preparar bastante para que tudo ocorresse tranquilamente”, contou.

Para a estudante, o evento que integra a grade curricular da Rede Sesi de Educação ajuda os alunos a “desenvolver o poder de fala e argumentação”, benefícios também apontados pelo professor Renato.

“A ideia do Sesi Onu é trabalhar o desenvolvimento em grupo, a resolução de problemas, a oratória dos alunos, a dicção, o comportamento em grupo. É um conjunto de fatores que são trabalhados e que os ajudam para o mercado de trabalho, para a socialização, na carreira que eles escolherem“, afirma o educador.

Língua Inglesa

Um dos destaques do Sesi Onu foi o FATF 2018, em que os alunos e diretores de mesa comunicavam-se exclusivamente na língua inglesa e discutiam um assunto delicado: corrupção.

Bruno Lima Lopes, 16 anos, aluno do Sesi Araçás, representou a Bélgica neste comitê. Para se preparar, ele visitou o site do FATF, leu dossiês, buscou entender a dinâmica do grupo e como o país se posicionou quanto aos assuntos discutidos.

Ele conta que fazer a discussão na língua inglesa é um desafio, mas que com o passar da atividade, a fala, a escuta e a escrita passa a fluir naturalmente.

Sites do comitê, que tem exemplos de dossiês com informações do país, e procurar entender como o Comitê funciona e o posicionamento do país dentro dele. “De início, a gente sente a pressão de ter que falar em inglês, mas depois acostumamos, começa a fluir naturalmente, porque até mesmo os documentos que criamos no comitê têm que ser em inglês”, disse.

Para Bruno, o maior benefício do Sesi Onu é aprender a debater, ouvir e aceitar opiniões contrárias e externas, e desenvolver a percepção de juntar o melhor de cada uma, a fim de construir uma solução para um problema.

“Quando o aluno se prepara para qualquer comitê, ele conhece outras culturas, outras ideologias, outros contextos, outras realidades. E juntando isso com o inglês, além de conhecerem isso tudo desenvolvem uma facilidade muito maior em estar em contato com eles, já que é uma língua mundial. Vê-los utilizando o inglês com constância nos faz perceber que temos meninos e meninas capazes de atuar em uma instituição como a ONU, em trabalhar em instituições em outros países”, afirma o professor Willian de Abreu Ribeiro.

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Sobre o Sesi ONU

O projeto é uma adaptação do modelo de Assembleia de Estudantil criado pelos acadêmicos do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), um projeto que está na sua 19ª edição e que conta com a participação de estudantes de escolas públicas e privadas de todo o país.

O Sesi recriou o modelo da PUC de maneira adaptada à realidade dos alunos, para que possam desenvolver competências e habilidade que os ajudem na vida acadêmica e em suas relações interpessoais. Na primeira etapa, cada unidade realiza a Sesi ONU com todos os alunos, como atividade avaliativa e que envolve diversas disciplinas. Durante o evento, alguns alunos são selecionados para a etapa estadual, que envolve diversas unidades do Sesi-ES.

As Comissões são escolhidas de acordo com a Mini ONU, assembleia estudantil da PUC MG e a cada ano trazem assuntos diferentes. Participam do projeto estudantes da 1ª e 2ª série do ensino médio, que podem desempenhar papéis de delegados de países ou entidades representativas; diretores de mesa; e voluntários.

Os alunos com melhor desempenho nas categorias Postura Diplomática e Estrutura e Fundamentação Teórica do DPO receberam menção honrosa no encerramento do evento. Desse grupo de 20 alunos, 10 serão selecionados para a etapa nacional na PUC de Minas.

– Confira a lista dos homenageados:

Estrutura e Fundamentação Teórica do DPO:

  • Comitê FATF (2018): Elissa Brunelli Borges (Araçás)
  • Comitê AGNU (2017): Lívia Oliveira Batista (Aracruz)
  • Comitê CMA (2018): Laiza Adelina da Silva (Aracruz)
  • Comitê OEA (2016): André Luiz de Melo Ramos (Araçás)
  • Comitê Unicef (2018): Vitor de Moura (Jardim da Penha)
  • Comitê Unoda (2020): Ariane Pimentel de Souza (Aracruz)
  • Comitê CPSUA-CSNU (2018): Gustavo Leonel Costa R. (Jardim da Penha)

Postura Diplomática:

  • Comitê FATF (2018): Mariana Queiroz Almeida (Porto de Santana)
  • Comitê AGNU (2017): Pedro Henrique R. Nunes (Jardim da Penha)
  • Comitê CMA (2018): Marcelo Alves de Castro (Jardim da Penha)
  • Comitê OEA (2016): Kézia Oliveira Nascimento (Campo Grande)
  • Comitê Unicef (2018): Arthur Lopes Gomes (Araçás)
  • Comitê Unoda (2020): Augusto Cézar Santana (Cobilândia)
  • Comitê CPSUA-CSNU (2018): João Vitor Mattos M. (Jardim da Penha)

Por Fiorella Gomes

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