Com a ampliação do Novo Ensino Médio em suas unidades, o Sesi lança a formação técnica em Programação de Jogos Digitais, em Jardim da Penha, em parceria com o Senai. As atividades começaram nesta segunda-feira (03), com os alunos colocando a mão na massa para confeccionar os próprios games, seguindo os fundamentos, as regras e os requisitos necessários para criar um jogo.

Essa é a primeira formação técnica do Espírito Santo na área. O Sesi também é pioneiro na adoção do Novo Ensino Médio, se antecipando a obrigatoriedade de implementação do modelo previsto para 2021. A primeira unidade no estado a receber essa nova visão de ensino foi o Centro Integrado Sesi/Senai Civit, ainda em 2018. E agora, em 2020, outras sete unidades também a recebem.

“A proposta desse novo modelo unifica a educação básica e a profissional no processo de ensino-aprendizagem, onde o aluno é o protagonista, sendo autônomo, tendo as responsabilidades, e o professor atuando como facilitador”, explica a analista de Desenvolvimento Técnico da Gerência de Educação Profissional do Senai-ES, Edgar Segundo Monteiro.

Dessa forma, segundo Edgar, o aluno aprende toda a prática laboral, a realizar planejamentos e sobre as responsabilidades a serem adquiridas. Além disso, o Novo Ensino Médio trabalha com áreas de conhecimento, fazendo com que as aulas sejam mais inter, multi e transdisciplinares.

“Dentro desse processo, nós conseguimos trabalhar a formação desse aluno de forma mais integral, desenvolvendo não apenas as suas habilidades técnicas, mas também as sociais e emocionais”, afirmou o analista.

Jogos Digitais

A formação técnica em Programação de Jogos Digitais, ofertada dentro o Novo Ensino Médio pelo Sesi Jardim da Penha, tem duração de três anos. Ao fim desse período, os alunos estarão capacitados e aptos a desenvolver sistemas para jogos digitais, atendendo aos requisitos de qualidade, robustez, desempenho, segurança, meio ambiente, entre outros.

Edgar Segundo explica como é feito o trabalho inter, multi e transdisciplinar dentro dessa formação.

“Os conceitos técnicos de física, por exemplo, passam a ser trabalhados observando outros aspectos, quando aplicados em um trabalho audiovisual. Os alunos aprendem percepção de som, de tom, significados de sonoridade, criação de personagens. Quando trabalhamos a questão da captação das cores pelo olho humano, como funciona o processo da luz, estamos ligando física à biologia. Trabalhamos disciplinas de humanas, quando falamos da questão comportamental ou sobre a teoria, psicologia e comunicação das cores; questões de marketing e de publicidade também são trabalhadas ”, explica o analista.

As possibilidades de atuação no mercado de trabalho vão muito além de uma oportunidade na área de entretenimento. A formação possibilita também que os alunos atuem em projetos de gamificação, atrelados a processos de conscientização sobre temas variados, processos de ensino e aprendizagem, em qualquer área.

 

E o que os alunos estão achando?

Durante a primeira semana de aula, por meio das metodologias ativas de situação-problema e gamificação, os alunos foram divididos em equipes e desafiados a desenvolverem jogos que ajudassem a solucionar desafios reais propostos pelo instrutor.

Durante três dias, de segunda-feira (03) a quarta-feira (05), eles realizaram pesquisas na biblioteca, nos livros das áreas de conhecimento e também na internet. Depois, se dirigiram ao Espaço Maker para colocar a mão na massa e confeccionar os próprios games.

Nesta quinta-feira (06), eles irão apresentar seus projetos e jogar suas criações, testando a viabilidade e funcionalidade de cada game.

Com todo esse processo, logo no retorno às aulas, as expectativas com o novo modelo de ensino estão altas, como conta o aluno Lucas Belmack Pedruzzi, 16 anos.

“Eu tenho grande interesse não só na produção dos jogos, como no uso dos jogos para diversas funções, porque eles não servem somente para entretenimento. E, aqui nesse curso, nós vamos apenas aprender a fazê-los, mas também como utilizá-los”, contou.

A aluna Ana Clara Rodrigues de Jesus, 15 anos, já fez um curso online na área de desenvolvimento de jogos e acredita que a formação irá ajudá-la no futuro profissional, já que deseja ser designer. Para ela, a parte mais interessante desse novo modelo de ensino é a parte da pesquisa e planejamento, o ser protagonista do processo de aprendizagem.

“No modelo tradicional, geralmente, o método de estudo era muito ‘robotizado’. O professor dava um roteiro e a gente seguia. Não havia a preocupação com o processo, apenas se estava pronto ou não. Agora, a gente se preocupa com cada passo, com o que cada um pode gerar e participa de todos eles. É um método de ensino mais abrangente”, defende.

Esse também é o ponto forte do Novo Ensino Médio na visão do estudante Guilherme Willian Santos de Jesus, de 15 anos.

“Eu estou achando bom porque a gente sai da teoria e já começa a realizar a parte prática. Antigamente, as aulas eram apenas escrever em um caderno. Hoje, vivenciamos a prática e aprendemos como será dentro de uma empresa, o que ajuda no nosso futuro profissional”, afirmou.

Já para Renzo Machado Lougon, 16 anos, esse modelo vai ajudá-lo nas decisões futuras. “Vai ficar bem mais fácil para saber o que vou querer fazer no final do Ensino Médio, a ter experiência para o mercado de trabalho, a saber lidar com as demandas, a como apresentar o meu trabalho”, explicou.

Novo Ensino Médio

O Sesi, em parceria com o Senai, é pioneiro no oferecimento do Novo Ensino Médio no Espírito Santo, com uma turma-piloto que funciona desde 2018 no Centro Integrado Sesi Senai Civit, em Serra. Agora, em 2020, outras sete unidades da rede de educação básica recebem essa nova visão de ensino: Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Campo Grande, em Cariacica; Linhares, Cobilândia e Araçás, em Vila Velha; Jardim da Penha, em Vitória.

A carga horária de 3.000 horas previstas para o Novo Ensino Médio já é praticada pelo Sesi ES e, desse total, 1.200 horas serão destinadas para os alunos se aprofundarem nas áreas do conhecimento ou optarem pela formação técnica e profissional. Os alunos serão orientados para o Itinerário II – Matemática e suas tecnologias; Itinerário III – Ciências da Natureza e suas tecnologias; e para o Itinerário V – formação técnica e profissional, que será ministrada em parceria com o Senai ES.

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Por Fiorella Gomes

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