O educador tem um papel muito maior do que apenas ensinar ou alfabetizar crianças, jovens e adultos. Em sua essência natural, a pessoa que incorpora o ato de passar adiante o conhecimento tem como filosofia de vida o bem-estar coletivo, especialmente quando se pensa no progresso e no desenvolvimento do ser humano. Presentes diariamente em nossas vidas, desde a infância, os educadores desempenham papel importante na formação de quem somos. Nas escolas do Serviço Social da Indústria (Sesi ES), eles são mais de 450 em todo o Estado, e ainda contamos com 170 educadores no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Espírito Santo (Senai ES). Para homenagear todos esses profissionais do ensino, vamos conhecer algumas histórias de professores do Sesi que se empenham em abrir nossas mentes para o mundo do conhecimento.
Paixão
Ensinar é uma das paixões da educadora Ana Lucrécia Figueiredo de Oliveira, que há 22 anos se dedica ao ensino de adolescentes no Sesi. Ela é professora de literatura e redação para os alunos do Ensino Médio no Sesi Araçás.
“É um desafio muito grande trabalhar com alunos na fase da adolescência. Mas eu sempre tive uma afinidade maior para orientar alunos das últimas séries do Ensino Fundamental e também do Ensino Médio. Isso porque você encontra naquele aluno uma terra muito fértil, não só para ensinar um conteúdo, mas também trabalhar e colaborar com o crescimento intelectual. Como educadora, você tem oportunidades maravilhosas de compartilhar com os adolescentes, além de saberes, também sentimentos e princípios, como ética e cidadania. Orientar sobre as relações interpessoais, salientar como o diálogo é tão necessário e importante para a nossa vida. E a gente reconhece que esse tipo de orientação também é um anseio do adolescente. Muitas vezes o adolescente parece que fala demais e não quer ouvir, mas é uma fase que necessita de orientação”.
História
A história do professor de biologia Ronan Moreira com o Sesi Cobilândia começou há mais de 18 anos quando entrou na escola como estagiário.
“Comecei como estagiário no EJA, Educação de Jovens e Adultos. E, quando estava para me formar, eu fui contratado pelo Sesi. Desde 2003, eu trabalho no Sesi Cobilândia. Uma das experiências que mais me marcou no Sesi foi com uma turma do EJA para profissionais da construção civil. Um aluno me procurou no final do ano para agradecer e reconhecer a importância da educação na vida dele e pelos conhecimentos adquiridos durante aquele ano. Ele me contou que foi promovido por ter tido um avanço na sua formação. Então foi muito gratificante ouvir dele sobre essa conquista e saber que eu fiz parte dessa conquista. Acredito que o professor transforma vidas. Ele contribui para que as pessoas encontrem os seus caminhos e,
cada professor, faz parte da vida de uma pessoa. Mesmo poucas palavras podem significar muito na vida das pessoas. Em média, a gente ensina mais de 300 alunos por ano, ou seja, cerca de três mil em 10 anos. É bacana perceber o quanto a nossa função faz parte da vida das pessoas”.
Inspiração
Mais do que ensinar uma área de conhecimento, professor de geografia Carlos Raphael de Magalhães busca inspirar os seus alunos no Sesi Laranjeiras, onde trabalha há sete anos.
“Eu estou no Sesi há sete anos e um desafio que tivemos foi a reformulação do Ensino Médio. No ano passado, a gente migrou para o Ensino Médio com itinerário em educação profissional. No início, foi um projeto bem desafiador, porque não tratamos mais de professores por disciplina e sim por área de conhecimento. Agora, não temos professores de geografia ou história, por exemplo, são professores da área de humanas. É um modelo de avaliação pedagógica diferente daquela que estávamos acostumados. Os alunos são mais protagonistas agora. E o nosso projeto já é modelo para o Brasil. Mas o desafio maior é tentar conquistar o aluno todo o dia. Explicar a importância da educação para a vida dele. Mostrar para ele que a educação é o caminho. Orientar que é preciso levar a sério a escola, ter respeito pelos colegas e professores, e a importância de reservar um horário de estudo. Que ele só vai conseguir conquistar algo na vida, se levar a sério os estudos. Então, eu acho que esse é o maior desafio”.
Conhecimento
Para levar conhecimento de qualidade para os seus alunos, a professora de biologia Paula Vivaldi está sempre em busca de oportunidades para renovar as suas ideias. Ela trabalha há 18 anos no Sesi.
“Lembro que eu cheguei aqui no ano 2000 com o currículo impresso na mão pedindo uma oportunidade. Entreguei o papel para o Samuel, que hoje é o gerente de educação. Sou formada em Ciências Biológicas pela UFES, e agora faço mestrado em química no IFES. Eu já trabalhei com pessoas de várias idades, ou seja, foram vários aprendizados. Passei pelo Ensino Fundamental II e, hoje, eu leciono do 9º ano até o final do Ensino Médio, mas também já dei aula para jovens e adultos. No ano passado, eu tive uma experiência muito legal. Fomos para São Paulo representar a escola e o Estado como Professor Nota 10. Foi uma experiência única. A gente compartilha as metodologias de ensino com outros professores do Brasil. Ensinar é uma tarefa que requer muito cuidado e planejamento. Então é muito importante estar sempre se aperfeiçoando para melhorar cada dia mais a qualidade de ensino”.
Por Thaíssa Dilly