O uso de drogas, incluindo a mais prejudicial, o crack, não deve ser pensado apenas como uma questão individual. A dependência química causa sérios problemas, não somente à saúde do usuário, mas também à família e à sociedade, gerando insegurança e violência, entre outros problemas sociais.
Com o objetivo de contribuir como agente de política pública, o Serviço Social da Indústria (Sesi), seguindo a sua missão de promover a responsabilidade social, firmou uma parceria com a Junta de Missões Nacionais, por meio do “Projeto Cristolândia”. Para isso, o Sesi disponibilizou, em regime de comodato, um dos seus prédios (a antiga sede do Sesi Saúde, na Av. Jerônimo Monteiro, no Centro de Vitória), para o desenvolvimento das ações.
O local terá capacidade para 40 internos, que receberão, gratuitamente, toda a assistência necessária, com foco em cinco áreas de atuação: terapêutica; formação espiritual; educação; profissionalização; e ressocialização, prestada por uma equipe multidisciplinar formada por enfermeiro, assistente social e psicóloga, em período integral.
“O Sesi não poderia ficar de fora dessa iniciativa de resgate da vida, de dar uma nova chance a essas pessoas de se levantarem, pois esse problema pode acontecer com qualquer um. Estamos empenhados em contribuir para esse processo”, disse o diretor da Findes, Ricardo Barbosa.
Durante sua estada, os internos receberão ainda serviços gratuitos como corte de cabelo, alimentação, higiene e dormitório. “Vamos atender à população de rua, que vive na dependência do crack. E, dessa forma, contribuir para uma sociedade melhor. A proposta é fazer o trabalho como um todo, desde a retirada dessas pessoas de locais, quase sempre precários, até o processo de internação e ressocialização, se necessário”, lembrou a gerente regional da Junta de Missões Nacionais no Espírito Santo, Fabíola Molulo.
Futuramente, a intenção do Sesi, em parceria com o projeto Cristolândia, também é qualificar os internos em várias áreas, seja por meio de cursos ofertados pelo Sesi para a geração de renda ou da oferta de cursos profissionalizantes, com a colaboração do Senai. “Essa é a nossa meta mais adiante, de atuarmos na qualificação desses internos para a sua inserção no mercado de trabalho”, frisou Ricardo Barbosa.
Além disso, o projeto vai atuar junto aos familiares de industriais que possuam filhos ou parentes com o mesmo problema da dependência química. “Essa epidemia está presente em todos os níveis sociais e precisamos ajudar na reinserção dessas pessoas na sociedade”, concluiu o diretor da Findes.