Quais são os fatores que devem ser levados em consideração na hora de se escolher a profissão que vai seguir? Como escolher? Realmente tenho afinidade com aquilo que pretendo fazer no futuro?
Várias são as dúvidas que permeiam a cabeça dos adolescentes na hora crucial de escolher um curso superior ou técnico, o que, muitas vezes, acontece somente nos anos finais do Ensino Médio, já próximo ao vestibular.
Devido à essa decisão tomada em cima da hora, a escolha da profissão acaba sendo feita sem empatia ou afinidade real com o desenvolvimento da atividade eleita, ou com base nas expectativas de terceiros, por influência dos pais, ou mesmo baseada em aspirações financeiras e materiais.
Escolhas que nascem de tais situações, resultam por vezes, em profissionais insatisfeitos com o trabalho que desempenham, frustrados com a vida que levam e não aptos a encararem os desafios impostos pelo mercado de trabalho.
Por isso, torna-se importante o papel da escola em ajudar o jovem a compreender que a escolha da sua profissão deve ser baseada em suas afinidades, nos seus interesses reais e no que realmente deseja para a sua vida. E, a elaboração do projeto de vida no ambiente escolar deve ser realizada nos primeiros anos do Ensino Fundamental II.
1 – Autoconhecimento
Quando nos conhecemos profundamente, é possível observar o que impacta os nossos sentimentos e, assim, conseguimos reagir melhor às diversas situações a que estamos expostos. Além disso, aprendemos a valorizar as nossas próprias habilidades e competências, o que auxilia na descoberta da nossa vocação pessoal e profissional.
2 – Escolhas mais assertivas
Todo profissional terá algum momento de crise ao longo da carreira, quando começa a refletir sobre o que deseja continuar fazendo pelo resto da vida. Quando a pessoa faz uma escolha desconectada com os próprios propósitos, se sentirá forçada a permanecer trabalhando com aquilo por falta de outra oportunidade, o que causa sofrimento e até adoecimento.
3 – Clareza racional e equilíbrio emocional
Na adolescência, encerra-se o ciclo de passagem do mundo infantil para o mundo das responsabilidades e da identidade adulta. Orientar profissionalmente as crianças e adolescentes facilita uma escolha consciente e bem formulada, baseada na sua personalidade e nos seus anseios, tornando-o um profissional que tende à realização e a uma capacidade produtiva maior.
4 – Maior conhecimento do mercado de trabalho
Quando a criança conhece as possibilidades de profissões a serem seguidas desde cedo, suas facilidades, dificuldades, vantagens e desvantagens, no momento em que tiver que optar por uma delas, quando adolescente, o fará com naturalidade, sem estresse, sem culpas e sem influências. Tal processo ajuda na formação de pessoas realizadas, felizes, com potencial inovador, com fundamentos para intervir na sociedade e, gradativamente ir transformando-a.
5 – Projeto de Vida
Quando se traça um projeto de vida, o estudante realiza um exercício constante de tornar visível suas descobertas, valores, escolhas, perdas e também desafios futuros, aumentando sua percepção, aprendendo com os erros e projetando novos cenários de curto e médio prazo.
POP
O mundo profissional está em constante mudança e as carreiras vão se ajustando aos cenários apresentados. Vivemos cada vez mais um mercado de trabalho no qual o diploma, isoladamente, não terá muita representação, nem garantirá o futuro de ninguém. O que prevalecerá é a dedicação que cada um deu à carreira e às competências que agregou nos âmbitos pessoal e profissional. A nova realidade do mercado de trabalho demandará cada vez mais profissionais reflexivos, que inovem e criem a realidade com criatividade, alegria e mobilidade.
Nesse contexto, a Rede Sesi de Educação busca formar pessoas capazes de se desenvolverem como agentes de sua própria aprendizagem: saber fazer uma leitura crítica do mundo e se reconhecer como cidadão autônomo, crítico, criativo, empreendedor, com capacidade de aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser, aprender a viver com os outros.
Assim, o Sesi-ES lançou o “Programa de Orientação Profissional (POP) – Minhas Escolhas” para auxiliar o educando no seu processo de escolha profissional em cursos de nível técnico e superior, a partir da construção de um projeto de vida pessoal e profissional que possibilite decisões mais assertivas.
O projeto piloto foi implementado no Sesi Jardim da Penha e, em 2019, será expandido para o restante das unidades existentes no estado, contemplando estudantes do 6º ao 9º ano escolar – Fundamental II.
O programa trabalha com o posicionamento de competências, em um trabalho conjunto com a família do estudante, para a construção do seu projeto de vida. A ideia é de também incluir a família no processo, proporcionando-a informações e conhecimentos acerca das aspirações dos seus filhos, envolvendo-os na trajetória escolar.
Já no Ensino Médio, o trabalho continua, mas com um novo enfoque. “No Ensino Médio, será trabalhado o coaching de carreira”, aponta Priscilla Carneiro, diretora de Educação do Sesi-ES. “O POP atende às exigências da reforma do Ensino Médio e faz parte da agenda estratégica da Federação chamada Excelência da Educação. O objetivo do programa é fazer com que nossas crianças consigam chegar ao final do ciclo de fundamental com uma área de conhecimento posicionada e que no Ensino Médio ela possa ser desenvolvida”, explica.
Legislação brasileira prevê Orientação Profissional
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) prevê que a escola oriente os educandos no processo de escolha das áreas de conhecimento ou de atuação profissional e também adote um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida. É importante destacar, que dentre as 10 competências gerais da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) duas delas estão associadas ao Trabalho/Projeto de Vida, ao Autoconhecimento e Autocuidado.
Por Fiorella Gomes