Está aberta até 16 de novembro, no Espaço Cultural Sesi-ES, a exposição “Alvenaria”, do artista Fredone Fone.Na exposição, o artista examina a fusão do homem com a cidade através da anatomia de seu personagem Humanurbano. Na escolha das cores e dos traços, ele arquiteta similitudes entre o corpo humano e o corpo urbano, fazendo-nos pensar os limites, de proximidade e distância, que existem entre eles.


Alvenaria é não apenas o material com que se ergue uma construção, mas também o conhecimento necessário para realizá-la, compreendendo as etapas e camadas que a sustentam. Assim, em sua “Alvenaria”, Fredone Fone, tanto desconstrói a cidade para exibir os alicerces humanos ocultos sob seu concreto, como também investiga o “concreto” urbano do qual é feito o homem, revelando, deste modo, a forma com que um permite a existência do outro.


Foi na vivência do ofício de seu pai, um alvenel (o que corriqueiramente chamamos de pedreiro), que Fredone Fone aprendeu os significados secretos do “concreto”, naqueles sentidos acessíveis somente aos que conhecem intimamente este “material”. Como substantivo, o “concreto” nunca representou uma mistura inerte e inanimada de cimento e pedra que dá solidez a uma obra.


Na arte que herdou, o “concreto” provou ser matéria viva, líquida como tinta ou sangue, como fluído moldável que magicamente converte-se nos ossos da construção. Isso permitiu contrariar o uso figurado: “concreto” não é o contrário do abstrato, do imaginário ou do passageiro. Por ser moldável, ajustável e perecível, “concreto” é para Fredone Fone a possibilidade de dar forma e tornar visível uma ideia. Isso faz com que tudo esteja constantemente “em construção”, pois até da caliça dos escombros pode nascer o estímulo para novos espaços e abrigos.


Fredone Fone nos convida a novas formas de moldar o “concreto”: nelas, o imaginário torna-se matéria sólida que sustenta a cidade, mostrando que as paredes com que construimos e delimitamos nossa vida são feitas de concreto fluído, como são na arte da “Alvenaria”.

 

O Artista


Fredone Fone autodidata, escritor de Graffiti de Artista Plástico; carioca, reside no município de Serra – ES desde 1982. Em 2011 recebeu a Menção Especial Honrosa – Prêmio Tarsila do Amaral, no 1º Salão de Artes de Rafard – SP.

 

SERVIÇO

 

Exposição “Alvenaria”, de Fredone Fone

Período: até 16 de novembro

Horário: por meio de agendamento (gratuito) pelos tels: 27 3334-7321/7323

Local: Espaço Cultural SESI ES – Rua Tupinambás, 240, Jardim da Penha – Vitória.

 

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